Cachorro-do-mato-vinagre, Aracambé, Jaguacininga, Jaguaracambé, Janauíra, Januaíra
O cachorro-vinagre ou cachorro-do-mato-vinagre (nome científico: Speothos venaticus), também conhecido como aracambé, jaguacininga, jaguaracambé, janauíra ou januaíra, é uma espécie da família dos canídeos (Canidae) nativo da América do Sul, que é encontrado em florestas da Amazônia. Os cachorros-vinagre são carnívoros e caçam durante o dia, mesmo em cativeiro. Usam troncos ocos e cavidades como tocas de tatu (dasipodídeos; clamiforídeos) como abrigo e têm uma área de vida de 3,8 a 10 quilômetros quadrados (1,5 a 3,9 milhas quadradas). Parecem ser a espécie de canídeo sul-americana mais gregária e há clara dominância dos pais sobre os outros componentes do grupo. A submissão é indicada com uma expressão conhecida como "sorriso de submissão", que no caso da espécie se estende de canto a canto da boca de forma exagerada. Tal dominância é respeitada a ponto de, caso uma a fêmea dominante se reproduza, todos os membros do grupo apresentarão comportamentos aloparentais. A relação familiar entre esses animais é intensa a ponto de influenciar o ciclo reprodutivo.
Os cachorros-vinagre acasalam ao longo do ano e o estro dura até doze dias e ocorre a cada 15 a 44 dias. Como muitos outros canídeos, o acasalamento do inclui um laço copulatório, durante o qual os animais ficam presos juntos. A gestação dura de 65 a 83 dias e normalmente resulta no nascimento de uma ninhada de três a seis filhotes. Atingem a maturidade sexual em um ano e podem viver por até 10 anos em cativeiro. Os cachorros-vinagre adultos têm pelo longo castanho-amarelado macio, com uma coloração avermelhada mais clara na cabeça, pescoço e costas e uma cauda espessa, enquanto a parte inferior é escura, às vezes com uma mancha mais clara na garganta. Indivíduos mais jovens, no entanto, têm pelo preto sobre todo o corpo. Os adultos geralmente têm um comprimento de cabeça e corpo de 57–75 centímetros, com uma cauda de 12,5–15 centímetros. Pesam, em média, 5–8 quilos.
Têm pernas curtas em relação ao corpo, bem como focinho curto e orelhas relativamente pequenas, que os distinguem dos demais canídeos brasileiros. Além disso, apresentam membranas interdigitais que possibilitam hábitos semiaquáticos. Dentre os canídeos brasileiros, é o único que caça em grupos, o permitindo capturar presas muito maiores como a anta (Tapirus terrestris). Sua dieta é exclusivamente carnívora, se alimentando do tatu-galinha (Dasypus novemcinctus), a paca (Agouti paca) e outros roedores de médio porte, como as cutias (Dasyprocta spp.), cutiaias (Myoprocta spp.) e capivaras (Hydrochoerus hydrochaeris). Segundo a União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN), é uma espécie quase ameaçada. Encontra-se nessas condições por conta da destruição do seu habitat para extração de madeira e o adensamento humano, além de doenças (raiva, parvovirose e sarna sarcóptica) transmitidas por animais domésticos.
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Os dentes são adaptados aos seus hábitos carnívoros. Exclusivamente para um canídeo americano, a fórmula dentária é, com um total de 38 dentes. É uma das três espécies de canídeos (as outras duas são o cão-selvagem-asiático e o mabeco) com molares especializados, tendo uma única cúspide na talônido do dente carniceiro inferior que aumenta o comprimento da lâmina de corte. As fêmeas têm quatro pares de tetas e ambos os sexos têm grandes glândulas odoríferas em cada lado do ânus.
O cachorro-vinagre pode ser encontrado desde a Costa Rica e Panamá, na América Central, e em grande parte da América do Sul a leste dos Andes, indo ao sul até o Equador, Peru, oeste da Bolívia, Paraguai, norte da Argentina e sul do Brasil. Especificamente no Brasil, então concentrados sobretudo nos estados do Amazonas, Bahia, Ceará, Paraná, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Amapá, Pará, Maranhão e Tocantins. Habitam principalmente florestas de várzea com altitude de até 1 900 metros (6200 pés), savanas úmidas e outros habitats próximos a rios, mas também podem ser encontrados em cerrados mais secos e pastagens abertas. Novas observações de grupos de cachorros-vinagre foram registradas no centro-leste (Parque Nacional Barbilha) e sudeste (Parque Internacional La Amistad) na Costa Rica, e em uma parte substancial da cordilheira de Talamanca até 120 quilômetros ao norte-noroeste e em elevações de até 2 119 metros.
Os cachorros-vinagre são carnívoros e caçam durante o dia, mesmo em cativeiro. Usam troncos ocos e cavidades como tocas de tatu (dasipodídeos; clamiforídeos) como abrigo e têm uma área de vida de 3,8 a 10 quilômetros quadrados (1,5 a 3,9 milhas quadradas). Enquanto comem presas grandes, os pais se posicionam nas extremidades do animal, tornando mais fácil para os filhotes estripá-lo. Parecem ser a espécie de canídeo sul-americana mais gregária. Ao observar um grupo de seis indivíduos, Macdonald (1996) concluiu que a sociabilidade desses animais é compulsiva, tendo como base a quantidade de comportamentos tipicamente afiliativos, tais como: dormirem em contato, uns com outros; deslocarem-se, majoritariamente, em filas indianas e se alimentarem juntos apresentando mínima agressividade uns com os outros. Além disso, observou-se que os atos de um membro dependiam diretamente do que os demais fariam. Por exemplo, caso um dos indivíduos decidir levantar-se após o período de descanso e nenhum dos outros membros do grupo o seguir (preferencialmente em fila indiana), o mesmo retornaria ao grupo e iniciaria a tentativa de incitar os movimentos dos seus similares.
Há clara dominância dos pais sobre os outros componentes do grupo. A submissão é indicada com uma expressão conhecida como "sorriso de submissão", que no caso da espécie se estende de canto a canto da boca de forma exagerada. Tal dominância é respeitada a ponto de, caso uma a fêmea dominante se reproduza, todos os membros do grupo apresentarão comportamentos aloparentais. Inclusive, um desses eventos pôde ser observado na Amazônia peruana, onde um jovem cuidava de um filhote enquanto os adultos forrageavam a área. A relação familiar entre esses animais é intensa a ponto de influenciar o ciclo reprodutivo: fêmeas que são criadas como ambos os pais não entram no estado de estro, e só começam a desenvolver ciclos quando pareadas com um macho. Esse fenômeno ocorre apenas em mamíferos monogâmicos que vivem em grupos familiares.
Kleiman (1972) observou que, ao contrário de outras espécies, consegue viver pacificamente com animais familiares do mesmo sexo. Por outro lado, ao serem postos lado a lado com animais não-familiares esboçaram reações completamente opostas, tais como: lutas imediatas e violentas. Devido ao hábito de viver em grupos, é capaz de emitir uma série de chamados de contato, com o intuito de expressar e emitir o estado motivacional do emissor. Essa característica evolutiva pode ter se originado pela necessidade de comunicação entre os indivíduos de um determinado grupo em ambientes onde há dificuldades de manter-se o contato visual. Outro mecanismo utilizado é a urina especializada para cada um dos sexos, que é utilizada tanto como sinais olfativos quanto visuais.
Dentre os canídeos brasileiros, o cachorro-vinagre é o único que caça em grupos, o permitindo capturar presas muito maiores. Devido a sua condição semiaquática, pode capturar suas presas tanto na terra, quanto na água. Pesquisadores observaram ainda que em determinadas situações, parte do grupo se divide com o intuito de perseguir a presa por terra, enquanto a outra parte do grupo entra na água. Devido a essa especialização, consegue capturar e matar a paca (Agouti paca) – que, por sua vez, tende a se fugir na água. Também já foi registrado o abate da anta (Tapirus terrestris) de 250 quilos. Sua dieta é exclusivamente carnívora. No Pantanal e no Cerrado, a principal presa é o tatu-galinha (Dasypus novemcinctus). Existem pesquisadores que dizem, ainda, que a principal presa do animal é a paca e outros roedores de médio porte, como as cutias (Dasyprocta spp.), cutiaias (Myoprocta spp.) e capivaras (Hydrochoerus hydrochaeris). Na Amazônia peruana, fezes de cachorro-vinagre continham traços de quatis (Nasua), caititus (Pecari tajacu), veados (cervídeos) e tinamídeos (família de aves).
Os cachorros-vinagre acasalam ao longo do ano e o estro dura até doze dias e ocorre a cada 15 a 44 dias. Como muitos outros canídeos, o acasalamento do inclui um laço copulatório, durante o qual os animais ficam presos juntos. A marcação de urina desempenha um papel significativo em seu comportamento pré-copulatório. A gestação dura de 65 a 83 dias e normalmente resulta no nascimento de uma ninhada de três a seis filhotes, embora ninhadas maiores de até 10 tenham sido relatadas. Os jovens nascem cegos e indefesos e pesam inicialmente de 125 a 190 gramas (4,4 a 6,7 onças). Os olhos se abrem após 14 a 19 dias e os filhotes emergem da toca da natividade logo depois. São desmamados por volta das quatro semanas e atingem a maturidade sexual em um ano. Podem viver por até 10 anos em cativeiro.