Anguilla anguilla (Linnaeus, 1758) é uma espécie de enguia europeia que se reproduz no Mar dos Sargaços. É uma espécie de peixe eurialino (suporta variações acentuadas do nível de sal na água) e catadrómico (cresce no rio e desova no mar). Os adultos migram para o Mar dos Sargaços morrendo após a reprodução. As larvas regressam às zonas costeiras onde se metamorfoseiam em enguias de vidro que migram para as águas interiores onde crescem.
Enguia-europeia (ou simplesmente enguia, angula (quando pequena), angulha (quando pequena), civela (quando pequena), brasino (quando pequena), enguia-macha (macho), machinho (macho), eiró, iró, anguia, enguia-de-vidro (quando pequena), loura (quando pequena), enguia-prateada (quando sexualmente madura), meixão (quando pequena), traça (quando pequena).
An
Animais diurnosDiurnalidade é o termo usado em etologia para caracterizar o comportamento dos animais que estão ativos durante o dia e descansam durante a noite...
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Animais carnívorosTanto na linguagem vernácula, como nos diferentes ramos da zoologia chamam-se carnívoros, aos animais que se alimentam predominantemente de carne...
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NecrófagoMa
MalacófagoSão denominados por malacófagos os animais cuja dieta é predominantemente à base de moluscos. São uma espécie de carnívoros especializados.
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InsetívoroDiz-se insetívoro ou entomófago do animal que se alimenta de insetos, embora se possa alargar o uso do termo para as chamadas plantas insetívora...
Co
CongregacionalOv
OvíparoEm biologia, os animais ovíparos são aqueles cujo embrião se desenvolve dentro de um ovo em ambiente externo sem ligação com o corpo da mãe.E...
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PoliginandriaMi
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Começa porA enguia caracteriza-se pelo seu corpo serpentiforme, cilíndrico na parte anterior e comprido na parte posterior, estreitando-se na região caudal. A cabeça é larga e no focinho evidenciam-se orifícios nasais em forma de tubo, olhos pequenos e redondos. Possui escamas muito pequenas, quase imperceptíveis a olho nu, embebidas no tegumento, bem como barbatanas peitorais, dorsal e anal, mas não possui barbatanas pélvicas. O seu maxilar inferior é mais longo do que o maxilar superior, contrariamente ao safio, com o qual se costuma confundir. Deslocam-se na água ondulando o corpo com o auxílio da barbatana dorsal que se liga à anal, formando uma única barbatana.Os indivíduos adultos têm o dorso verde-acastanhado e o ventre amarelado, constituindo o grupo das chamadas “enguias douradas”. Estas características alteram-se para negro e prateado, respectivamente, com a aproximação da maturidade sexual, sendo então designadas por “enguias prateadas”. Atingem os 150 cm de comprimento e os 10 Kg de peso.
Migradora catádroma, a enguia tem dois períodos de vida distintos: um no mar e outro nas águas doces ou interiores. Em Portugal, a entrada nos estuários parece verificar-se ao longo de todo o ano. Habita preferencialmente em locais de águas bem oxigenadas e pouco frias, com fundos de areia, lodosos ou com densa vegetação submersa. A enguia passa quase toda a sua fase adulta nos rios e estuários europeus, fixando-se os machos nos estuários e as fêmeas mais acima, migrando para montante. A fase de permanência em água doce pode durar entre 6 e 12 anos, no caso dos machos, ou entre 10 e 20 anos, no caso das fêmeas. Findos estes anos de permanência, empreendem o regresso ao Mar dos Sargaços, para a reprodução.
A enguia pode encontrar-se no Atlântico, de Marrocos até ao Norte da Escandinávia e Islândia, no Mediterrâneo e no Mar Negro. Ela penetra a quase totalidade dos cursos de água portugueses.
Os dentes são pequenos, dispondo-se em várias filas nas maxilas e no palato.
Alguns estudos realizados através do estímulo artificial da maturação sexual da enguia sugerem a existência de comunicação química entre enguias no processo de maturação e machos imaturos que leva ao estímulo do desenvolvimento das gónadas, apesar das hormonas envolvidas no processo não terem ainda sido identificadas.
Podem viver entre 2 a 50 anos, sendo o valor médio próximo dos 20 anos.
A Anguilla anguilla é uma espécie carnívora. Os adultos alimentam-se de peixes, crustáceos, larvas de insectos e cadáveres de outros seres marinhos. Com a maturidade sexual, o tubo digestivo regride e cessa a actividade alimentar.
Ocorre no Mar dos Sargaços, em profundidades de 300 a 450 metros e a uma temperatura média de 20°C e uma pressão de cerca de 4 atm, na Primavera do Hemisfério Norte. As fêmeas põem de entre 1,3 e 1,5 milhões de ovos, que demoram cerca de mês e meio a eclodir. Os ovos dão origem a pequenas larvas designadas por “leptocéfalos”, pequenos seres achatados e transparentes, que ascendem lentamente à superfície no início do Verão, sendo arrastadas pela Corrente do Golfo através do Atlântico, durante cerca de três anos, até atingirem o litoral europeu. Com a aproximação às águas doces, os leptoéfalos, então com cerca de 8 cm de comprimento e 0,3 gramas de peso, sofrem uma metamorfose, passando a constituir os “meixões” ou “angulas”. Nesta fase, já com barbatanas peitorais e coloração mais escura, são boas nadadoras, procurando rios e estuários, que atingem em cardumes.Pensa-se que os machos voltam ao Mar dos Sargaços após 4-5 anos de estadia em água doce, e as fêmeas só após 6-7 anos. Ainda assim, há machos e fêmeas que permanecem nas ribeiras até 12 e 24 anos, respectivamente. As enguias “amarelas” transformam-se então em enguias “prateadas”, sexualmente maduras. Chegado o Outono, lançam-se no oceano, de retorno ao Mar dos Sargaços, que atingem após 6 meses de viagem, durante a qual não se alimentam. Uma vez no seu destino, dedicam-se à procriação, acabando, segundo se pensa, por morrer. As larvas voltam ao continente depois de 11 meses a 7 anos de estarem no mar.
Globalmente é considera em perigo crítico (CR). Em Portugal é considerada em Perigo (EN).
Dec. Lei 312/70 de 6 Julho (Lei da Pesca) Dec. Lei 44623/62 de 10 Outubro (Lei da Pesca) Lei nº 2097 de 6 de Junho de 1959