Rolieiro
O Coracias garrulus, comummente conhecido como rolieiro-europeu ou simplesmente rolieiro, é um pássaro tenuirrostro e migratório europeu da família dos coracídeos.
É uma das espécies de aves mais coloridas da avifauna portuguesa, ombreando com o abelharuco e o guarda-rios. Tem a cabeça, o peito e o ventre de coloração azul-turqueza ou azul-esverdeada, contrastando com o dorso castanho-avermelhado ou castanho-alaranjado.
Trata-se de uma ave de médio porte, cujo corpo pode medir até cerca de 30 a 32 cm de comprimento. A cabeça é grande, destacando-se, proporcionalmente, em relação ao corpo. Conta com um bico é negro e robusto, de ponta ligeiramente recurva, voltada para baixo.
O rolieiro tem asas que podem medir de 52 a 58 centímetros de comprimento. Estas assumem uma coloração azul-turquesa, destacando-se a coloração azul-violeta das penas de cobertura, nos ombros, visível, sobretudo, durante o voo. No que toca às rémiges, estavas afiguram-se de cor negra na face superior e azul-violeta na face inferior.
Os espécimes juvenis têm uma plumagem em tons esbatidos de castanho-claro
O Rolieiro é um migrador estival que nidifica no Paleárctico, desde o Noroeste de África e Este da Península Ibérica passando pelo Mediterrâneo até a Oeste dos Himalaias.
Esta espécie encontra-se amplamente distribuída no Leste e Sul do continente europeu, ausentando-se das regiões Centro e Norte do continente.
Enquanto ave migratória, o rolieiro passa o verão na Europa, da Península Ibérica à Turquia. A espécie inverna na região Afrotropical, sobretudo na África Oriental e Sudeste de África.
O rolieiro ocorre nas terras baixas, privilegiando as zonas abertas ou semi-abertas (i.e. sem arvoredo ou com árvores dispersas) e soalheiras, tais como prados, estepes, pastagens ou matos pouco densos, privilegiando especialmente os espaços com algumas árvores dispersas e bem desenvolvidas. Habita também parques, avenidas, pomares, bosques, salgueiros, planícies com árvores dispersas e espinhosas.
O rolieiro-europeu também se pode encontrar, amiúde, em zonas exploração agrícola extensiva, sujeitas ao regime de rotatividade de culturas, com especial destaque para as estepes cerealíferas.
Normalmente evita desertos, semi-desertos, pastagens sem árvores, culturas intensivas e não mostra ter qualquer ligação a água, podendo, no entanto, habitar em árvores do género Populus ou outras, que se encontrem a margear as galerias ripícolas. Fora da época de nidificação, os rolieiros estabelecem dormitórios comuns. Durante o dia descansam em ramos salientes, postes, fios eléctricos ou telefónicos, ou quaisquer outros pontos altos e isolados que lhes possam servir de poleiro.
O rolieiro procura alimento a partir de poleiros em árvores, postes, fios, etc., em solos que proporcionem pouca cobertura às presas, portanto, sem ou com pouca vegetação ou com vegetação rasteira.
Enquanto ave insectívora, alimenta-se, principalmente, de grandes insectos artrópodes, como gafanhotos, escaravelhos e escorpiões, sendo certo que também se pode alimentar de pequenos vertebrados.
Esta espécie nidifica em bancos de areia, em fissuras ou reentrâncias de edifícios devolutos, em brechas em rochas e fragas, em ninhos abandonados de pica-paus, sejam eles os pretos (Drycopus martius) ou os verdes (Picus viridis). Também pode fazer os seus próprios ninhos em árvores, nesse caso, o rolieiro prefere árvores do género Quercus ou pinheiros da espécie Pinus sylvestris, onde possa encontrar cavidades para nidificar. Pode inclusive voltar a ocupar ninhos por si abandonados, de um ano para o outro.
Muitas vezes, à mingua de cavidades preexistentes, o rolieiro pode criar em buracos, tanto em árvores como em barreiras e ruínas.
Nidificam no mês de maio, durante o verão europeu, em ocos de árvores, onde de 4 a 7 ovos totalmente brancos são postos. Após 19 dias os filhotes nascem. Ambos pais cuidam da cria. Com 28 dias, os passarinhos já estão aptos para o voo.