Raposinha-do-campo, Jaguamitinga, Jaguapitanga
A raposa-do-campo, raposinha-do-campo, jaguamitinga ou jaguapitanga (nome científico: Lycalopex vetulus), é um canídeo endêmico do Brasil, que habita os campos e cerrados em uma área de distribuição que inclui o Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Minas Gerais e São Paulo, partes do Tocantins, Bahia, e uma pequena área entre Piauí, Ceará e Paraíba.
Apesar de seu nome, elas não são raposas verdadeiras (gênero Vulpes), sendo pertencentes ao gênero Lycalopex, um gênero de canídeos relacionados mais aos lobos-guará, cachorros-do-mato e cachorros-vinagre. Se assemelham a raposas devido à evolução convergente.
No
NoturnoCr
CrepuscularCrepuscular é um termo usado para descrever animais que são primariamente ativos durante o crepúsculo, ou seja, no amanhecer e no anoitecer. A p...
An
Animais diurnosDiurnalidade é o termo usado em etologia para caracterizar o comportamento dos animais que estão ativos durante o dia e descansam durante a noite...
An
Animais omnívorosOs omnívoros ou onívoros são os animais com capacidade para metabolização de diferentes classes alimentícias, com uma dieta alimentar menos ...
In
InsetívoroDiz-se insetívoro ou entomófago do animal que se alimenta de insetos, embora se possa alargar o uso do termo para as chamadas plantas insetívora...
An
Animais carnívorosTanto na linguagem vernácula, como nos diferentes ramos da zoologia chamam-se carnívoros, aos animais que se alimentam predominantemente de carne...
Te
TerrestreAn
Animais cursoriaisAn
Animais altriciaisTe
TerritorialEm etologia e sociobiologia, o termo território refere-se a qualquer área sociogeográfica que um animal de uma determinada espécie defende cons...
Vi
VivíparoEm biologia, designam-se como vivíparos os animais cujo embrião se desenvolve dentro do corpo da mãe, numa placenta que lhe fornece nutrientes n...
Uma toca em zoologia é um esconderijo e um abrigo, pode ser um túnel que o animal escava no solo com a finalidade de refugiar-se, habitar, acasal...
An
Animais monogâmicosMonogamia é uma forma de relacionamento em que um indivíduo tem apenas um parceiro, seja sexual ou romântico, durante a sua vida ou durante peri...
Ge
Geralmente solitárioAn
Animais sociaisNã
Não-migratórioH
Começa porAs raposas são pequenas, com focinho curto, dentes pequenos, pelagem curta e membros delgados. Sua pele é de cor acinzentada, com uma parte inferior do corpo creme ou fulva. A cauda é preta na ponta com uma listra escura marcada ao longo da superfície superior, que em animais machos pode se estender ao longo das costas até a nuca. As orelhas e patas são levemente avermelhadas e a mandíbula inferior é preta. Alguns indivíduos melanísticos também foram relatados.
As raposas têm um crânio pequeno, com carniceiros reduzidos e molares largos. É pequena para uma raposa, pesando apenas 3–4 quilos, com cabeça e comprimento do corpo de 58–72 centímetros e cauda de 25–36 centímetros.
A raposa-do-campo é endêmica do Brasil e sua distribuição geográfica está associada aos limites do ecossistema do Cerrado, em uma faixa de altitude de 90–1 100 milímetros. No entanto, também pode ser encontrada em zonas de transição, incluindo habitats abertos no Pantanal. A ocorrência da raposa-do-campo em áreas da Mata Atlântica está em uma matriz de pastagens antrópicas, intercaladas regionalmente por remanescentes de floresta semidecídua e pequenas manchas de Cerrado.
A extensão atual estende-se do nordeste e oeste do São Paulo ao norte do Piauí, passando pelos estados de Ceará, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Goiás, Distrito Federal, Minas Gerais, Tocantins, Bahia e provavelmente áreas abertas das regiões do sul do Maranhão e estados de Rondônia.
A raposa-do-campo é onívora, utilizando cupins como a base de sua alimentação, além de besouros, gafanhotos e, conforme a disponibilidade no ambiente e a estação, frutos silvestres e exóticos, pequenos mamíferos, lagartos, cobras, anuros e aves. Os cupins do gênero Syntermes são sua principal fonte de alimento e são encontrados em cerca de 89,5% de suas fezes.
É um animal muito atento e percebe tudo o que ocorre ao seu redor. A visão, a audição e o olfato são bastante desenvolvidos. A raposa-do-campo é mais ativa à noite, com um padrão de atividade crepuscular-noturno. Ocorre em simpatria com outros canídeos brasileiros como o cachorro-do-mato (Cerdocyon thous) e o lobo-guará (Chrysocyon brachyurus). As raposas-do-campo são solitárias e tímidas, mas defendem agressivamente seus filhotes.
As raposas-do-campo são monogâmicas, formando pares reprodutivos durante a estação de acasalamento que permanecem juntos durante a criação dos filhotes. O período de gestação é de cerca de 50 dias, após o qual a fêmea dá à luz uma ninhada de 1 a 5 filhotes, frequentemente nascidos entre julho e agosto. Raposas vivas costumam usar tocas de tatu abandonadas para criar seus filhotes.
Observações diretas relatam interações sociais entre os membros do grupo familiar (macho, fêmea e prole sazonal), com contato mais intenso entre machos e fêmeas durante os primeiros quatro meses de vida da prole. Diferente de outras espécies de canídeos, os machos são responsáveis por levar comida e pajear filhotes, além de defender o grupo de possíveis agressores, enquanto a fêmea passa as noites se alimentando e amamentando os pequenos entre intervalos que podem durar horas. A dispersão juvenil ocorre entre nove e dez meses de idade, quando começam a estabelecer seus próprios territórios.