O panda-gigante (nome científico: Ailuropoda melanoleuca, do grego: ailuros, gato + poda, pés; e melano, preto + leukos, branco) é um mamífero omnívoro da família Ursidae endêmico da República Popular da China.
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CrepuscularCrepuscular é um termo usado para descrever animais que são primariamente ativos durante o crepúsculo, ou seja, no amanhecer e no anoitecer. A p...
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FolívoroEm Zoologia, um folívoro é um herbívoro com uma alimentação especializada à base de folhas. Folhas maduras contêm alta proporção de celulo...
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VivíparoEm biologia, designam-se como vivíparos os animais cujo embrião se desenvolve dentro do corpo da mãe, numa placenta que lhe fornece nutrientes n...
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Animais Pretos e BrancosO panda-gigante é um mamífero de cor preto e branco que come bambu (folhas). A pelagem é grossa e lanosa para suportar as baixas temperaturas no ambiente subalpino em que vive. As manchas oculares, membros, orelhas e uma faixa que atravessa os ombros são negras; alguma vezes com um tom acastanhado. As restantes partes do corpo são brancas, mas podem-se tornar "encardido" com a idade. A população da região de Qingling apresenta a pelagem em dois tons contrastantes de castanho.
O crânio e a mandíbula são robustos, a crista sagital é bem desenvolvida, e os arcos zigomáticos são expandidos lateralmente e dorsoventralmente, assim como nos demais carnívoros arctóideos. Difere dos outros ursídeos, por apresentar a fissura orbitária confluente com o forame redondo, os processos pós-orbitais são reduzidos, e o canal alisfenóide é ausente. Apresenta o forame intepicondilar, uma características primitiva, somente compartilhada com o Tremarctos ornatus.
O panda-gigante está confinado ao centro-sul da China. Sua distribuição atual consiste em seis áreas montanhosas isoladas (Minshan, Qinling, Qionglai, Liangshan, Daxiangling, e Xiaoxiangling), nas províncias de Gansu, Shaanxi e Sichuan. O território total que a espécie ocupa é de aproximadamente 30 000 km² entre 102-108,3°E (longitude) e 28,2-34,1°N (latitude), entretanto, somente 20% dessa área (5 900 km²) constitui habitat para o panda.
A espécie originalmente ocorreu em mais regiões ao leste e ao sul da China, com registros fósseis indicando sua presença até o norte de Mianmar e norte do Vietnã, ao sul, e até as proximidades de Pequim, ao norte. Até 1850, o panda era encontrado no leste de Sichuan e nas províncias de Hubei e Hunan. Em 1900, foi restrito as Montanhas Qinling e outras áreas montanhosas no limite do platô tibetano. A rápida expansão da agricultura nos principais vales contribuíram para a fragmentação.
Os pandas habitam as florestas temperadas montanhosas com densos bambuzais, principalmente do gênero Sinarundinaria, entre altitudes de 1 200 a 4 100 metros de altitude. A distribuição sobrepõe-se em muito a do urso-negro-asiático (Ursus thibetanus), entretanto, eles não competem entre si, pois as necessidades ecológicas das espécies são diferentes.
Em 2016 existem cerca de 2200 pandas, dos quais 400 estão em cativeiro, incluindo jardins zoológicos.
Os pandas gigantes são geralmente solitários. Cada adulto tem um território definido e as fêmeas não são tolerantes com outras fêmeas no seu território. Os pandas comunicam através de vocalização e marcam território arranhando árvores e urinando nas suas fronteiras. O panda gigante é capaz de escalar e usar como refúgio árvores ocas ou fendas de rochas, mas não estabelece tocas permanentes. Por esta razão, os pandas não hibernam, o que é semelhante ao hábito de outros mamíferos subtropicais da região, que preferem deslocar-se para regiões e altitudes com temperaturas mais quentes. Ao contrário do que se pensa, os pandas não são dóceis, eles podem apresentar comportamento agressivo, sendo, então, muito perigosos. Os pandas utilizam mais da memória espacial do que da memória visual.
Embora os pandas sejam tradicionalmente considerados na categoria crepuscular - aqueles que são ativos duas vezes por dia, ao amanhecer e entardecer - Zhang Jindong descobriu que podem pertencer a uma categoria própria.
Apesar de pertencer à ordem dos Carnívoros e ter um sistema digestivo e genético de carnívoro, o panda possui hábitos herbívoros, alimentando-se quase que exclusivamente das folhas de bambus. As características morfológicas de parentes extintos do panda gigante sugerem que enquanto o antigo panda gigante era onívoro há 7 milhões de anos (mya), ele só se tornou herbívoro cerca de 2-2,4 milhões de anos atrás com o surgimento de A. microta. O sequenciamento do genoma do panda gigante sugere que a mudança na dieta pode ter sido iniciada a partir da perda do único receptor de sabor umami T1R1/T1R3, resultante de duas mutações de mudança de quadro nos exons. O sabor umami corresponde a altos níveis de glutamato encontrados na carne e pode ter alterado a escolha alimentar do panda. Análises usando assinaturas químicas de ossos e dentes de pandas antigos e modernos indicam que a hiperdependência de ursos em bambu poderia ter se desenvolvido há cerca de 5 mil anos. O panda gigante consome, em média, de 9 a 14kg de bambu por dia, mas devido à pouca absorção de nutrientes, característica do seu sistema digestivo ineficiente, ele tem que passar a maior parte do dia a comer e exercitar-se um pouco. Os pandas podem alimentar-se de 25 espécies diferentes de bambus, mas a devastação das florestas limitou-os a pouca variedade em lugares mais íngremes, elevados e isolados da Ásia central. As folhas e os brotos de bambus são ricas em proteínas. Apesar de manterem as presas, garras, capacidade digestiva e força para caçar pequenos mamíferos, aves, peixes e ovos, os pandas raramente o fazem. A sua digestão de celulose depende de sua flora intestinal, sendo a sua genética desfavorável.
Ainda que o bambu seja rico em água (40% de seu peso, chegando a 90% no caso de brotos), o panda bebe frequentemente água de riachos ou neve derretida.
Em cativeiro a sua dieta consiste em bambu, cana-de-açúcar, mingau de arroz, biscoitos especiais ricos em fibras, cenoura, maçã e batata-doce.
A época de reprodução dá-se na Primavera, quando os machos competem pela fêmea fértil. A gestação é em média de 135 dias. Normalmente nascem um ou dois filhotes. Devido à natureza frágil e delicada dos ursinhos, a mãe opta por criar um único filhote. O filhote rejeitado é abandonado à morte. O desmame dá-se com um ano de idade, mas o panda já é capaz de ingerir o bambu em pequenas quantidades desde os seis meses. O intervalo entre as ninhadas é de dois anos ou mais.
Somente 10% dos pandas em cativeiro conseguem acasalar naturalmente. Apenas 30% das fêmeas engravidam. Mais de 60% dos pandas cativos não demonstram qualquer desejo sexual.
A esperança média de vida de um panda é de 13 anos. Em 2005, Basi, uma ursa panda chinesa, comemorou 25 anos de idade, que se comparam a 100 anos humanos. No mesmo ano, uma fêmea chamada Meimei morreu aos 36, equivalentes a 108 anos humanos, no jardim zoológico da cidade de Guilin.
No dia 28 de julho de 2015 o panda Jia Jia, do Ocean Park Hong Kong, completou 37 anos de idade, sendo reconhecido pelo Guiness World Records como o panda criado em cativeiro mais velho do mundo.
Em 28 de dezembro de 2016 o panda mais velho do mundo morreu num centro na cidade chinesa de Dujiangyan. O urso panda Pan Pan tinha 31 anos e era o mais velho do mundo.