O suiriri-cinzento (Suiriri suiriri) é uma espécie de ave passeriforme da família dos tiranídeos. É nativo de grande parte da América do Sul, habitando especialmente campos abertos e cerrados.
Mede 16 cm. É oliva por cima com a cabeça mais acinzentada, rabadilha pardo-amarelada; asa preta com duas faixas amareladas, penas da cauda enegrecidas com bordas amarillentos. Garganta e peito cinza-claros, abdômen branco. Lembra uma ave do gênero Elaenia mas tem o bico todo preto. A subespécie S. s. burmeisteri se parece muito com o suiriri-da-chapada (Guyramemua affine).
Ocorre desde o nordeste do Brasil para o sul através de grande parte do país (exceto a Bacia Amazônica e uma parte do litoral sudeste e sul), Bolívia (a leste dos Andes), Paraguai, nordeste e centro-leste da Argentina e leste do Uruguai. Registrado também no Suriname e no extremo-norte do Brasil (Amapá).
Esta espécie é considerada bastante comum em seus hábitats naturais: os espaços semiabiertos subtropicais ou tropicais, como o Chaco e de montanha, é menos comum no Cerrado, na Caatinga e planaltos chuvosos. Algumas poucas populações migram parcialmente até o nordeste da Bolívia no inverno austral. Até altitudes de 1100 m chegando até os 2000 m na Bolívia.
Está ausente em grande parte da Amazônia, evitando florestas úmidas contínuas, apesar de ser frequente nas áreas mais abertas do baixo Amazonas.
Geralmente vive em pares, a baixa altura, às vezes baixando até o solo. Costuma parar em pleno voo, abrindo a cauda e expondo a rabadilha mais clara.
O ninho é em forma de cesto raso, sendo construído com fibras vegetais e forrado por painas, sendo todas essas camadas firmemente unidas por grande quantidade de teia de aranha. O seu exterior é ornamentado com liquens e fragmentos de folhas secas. O ninho é apoiado pela base e laterais entre dois ou mais ramos divergentes. A construção é de responsabilidade exclusiva da fêmea. Os ovos são branco-perolados, medindo em média 20,8 x 15,1 mm e pesando 2,5 g. Os filhotes apresentam a cabeça, superfície dorsal e coberteiras das asas marcadas por abundantes e diminutas manchas brancas. A incubação é realizada exclusivamente pelas fêmeas, sendo estimada em 15,2. Os filhotes permanecem no ninho por 18,9. São postos em média de dois a três ovos. Às vezes sofre parasitismo de ninhada criando filhotes de chupim (Molothrus bonariensis).
O suiriri-cinzento está classificado como pouco preocupante pela IUCN. Contudo, a ampla conversão de seu habitat em plantações de Eucalyptus e Pinus, colheitas de soja e de arroz e criação de pastagens, representa uma ameaça para esta espécie.